quarta-feira, 15 de junho de 2011

Afogado do Povo

Muitas vezes tomamos determinadas atitudes que não sabemos explicar. Fazemos porque acreditamos que estamos contribuindo para um bem maior, que nos trará felicidade e satisfação pessoal, nascendo de uma força interior que nos impele para essas ações, acreditando sempre que algo superior nos dará a merecida recompensa.

Isso é FÉ!

Desde muito tempo, movidos por uma necessidade de cumprir com as atividades espirituais e religiosas, as pessoas dirigiam-se até a igreja principal da comunidade mogiana para participarem da Festa em Louvor ao Divino Espírito Santo.

Levantar muito cedo, ainda pela madrugada,  utilizando qualquer meio de transporte (vindo a pé, a cavalo, por charrete, carroça ou até mesmo em carros de bois), chegavam a cidade para as atividades religiosas, as quais se estendiam até o anoitecer.

Os organizadores da festa tinham por obrigação receber esses devotos com respeito e carinho, além de oferecer todo o conforto para que pudessem atravessar o dia repleto de atividades.

Era sensível a espiritualidade desses romeiros que não mediam esforços para participarem de todos os momentos da Festa.

Todavia, era necessário oferecer o devido alimento à essas famílias para poderem participar e enfrentar todos os eventos preparados pelos Festeiros do Divino Espírito Santo.
Decidiu-se, então, por uma comida típica da região, com certeza originária dos antigos tropeiros, composta de carnes mais duras que ficavam cozinhando em água temperada por longo tempo, ricas em gorduras e energia, somando-se os mais variados tipos de verduras e legumes.

Os cidadãos da cidade passavam a noite inteira preparando essa alimentação, com dedicação, carinho e orações, que seria servida a essas famílias que vinham dos mais distantes bairros e distritos de nosso município e até de cidades vizinhas.
Esse é o principio do “AFOGADO DO POVO”, que até recentemente era conhecido e chamado de “ Santo Afogado”, que muitas pessoas vinham buscá-lo para servir a membros enfermos de sua família, na certeza de que o levaria à cura.

A modernidade tem desvirtuado essa linda tradição de respeito e espiritualidade para com a comunidade cristã de nossa região.

Cumpre-nos retornar para que essa tradição permaneça viva nos sentimentos e corações de nossos cidadãos e na memória de nossa comunidade.

Essa é a nossa missão como voluntários do Afogado da Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes.
Aos devotos e mogianos a nossa gratidão.

terça-feira, 7 de junho de 2011

O Divino da confraternização universal

A Festa em louvor ao Divino Espírito Santo em Mogi das Cruzes, de acordo com registros históricos, remonta há  mais de 300 anos, preservando a religiosidade  e  o  folclore,  num misto de fé e tradição.

Nos diversos lugares  em que  tive a oportunidade de conhecer alguns pequenos aspectos de outras festas ao Divino Espírito Santo, em nenhuma delas podemos comparar com a que acontece em nossa cidade, seja em número de visitantes, de devotos, de voluntários e de eventos específicos  que perpetuam a sua história e sua origem.

A religiosidade está estruturada  nos diversos momentos em que nossa população, às vezes até de forma inconsciente,  efetua diversas atividades preservando sua origem e mantendo, cada vez mais forte, a sua fé.

Interessante é que através dos momentos folclóricos  é que verificamos a força e o poder religioso de nossos devotos.  Dessa forma sentimos a devoção das orações nas Alvoradas,  da mesma forma e com a mesma intensidade por ocasião das inaugurações das dezenas de Sub Impérios , quer em escolas, em empresas ou em entidades e instituições, ainda quando da Folia das Bandeiras que, após as missas, realiza visitas às diversas casas levando a fé e a devoção aos seus moradores.  Ressalte-se ainda a magnitude da Entrada dos Palmitos, que oferece à toda população um fantástico evento, misturando fé, devoção e folclore, porém elevando espiritualmente todos aqueles que participam ou assistem.

Ainda mais o trabalho de verdadeiras "formiguinhas do bem" (perdoem-me a comparação) realizado pelas Rezadeiras do Divino, que, por mais de  90 dias, diuturnamente, visitam milhares de residências, levando  a palavra divina, orando pelos necessitados e pela humanidade, numa demonstração de  fraternidade, carinho e devoção.

Porém, nisso tudo, há  que se ressaltar a energia profunda demonstrada pelos inúmeros voluntários, presentes, conscientes ou anônimos que são os verdadeiros responsáveis pela grandeza que se transformou nossa Festa do Divino Espírito Santo.

É um emaranhado de gente circulando pelos mais diversos recantos de nosso município, urbana ou ruralmente, realizando os mais diversos trabalhados para que a Festa encontre de forma triunfal o seu apogeu.

Esta Festa atingiu tal proporção dentro de nosso município que transcende ao aspecto católico e deve ser encarada como a possibilidade de todos nós, não importando a origem, crença ou opinião, como um momento sublime de pura confraternização universal.

Os sete dons do Divino Espírito Santo, se analisados e colocados em prática, simplesmente pelos significados que traduzem, fariam a salvação de nosso mundo :  SABEDORIA, ENTENDIMENTO, CONSELHO, FORTALEZA, CIÊNCIA, PIEDADE E TEMOR A DEUS...