terça-feira, 1 de março de 2011

O quinto dos infernos

“O quinto dos infernos” é uma expressão dos tempos coloniais tem conotações locais, ou seja, no Brasil significava o percentual de 20% (um quinto) relativo ao tributo que a Coroa Portuguesa cobrava dos brasileiros sobre a extração do total do ouro produzido, enquanto que em Portugal, onde diziam que o Brasil era o inferno, a expressão correta era “... vá buscar o quinto do ouro, vindo do inferno”.

Hoje, na boca do povo, essa expressão significa um lugar longe, distante; um lugar que não se deseja ou não se goste.
Naqueles tempos, os brasileiros revoltaram-se com esse abusivo tributo (20% - o quinto) sobre a produção de ouro extraído e que culminou com a Inconfidência Mineira, onde Joaquim José da Silva Xavier tornou-se o grande líder e o maior herói nacional, pois daí nasceu o espírito da liberdade e a vontade de sair do jugo português.

Evidentemente que esta pequena explicação é muito simplista e serve somente para ilustrar nosso artigo pelo que pedimos escusas aos nossos historiadores, porém serve como pano de fundo de nossa proposta em mostrar por esta analogia o atual momento econômico brasileiro.

Infelizmente a volúpia que Portugal demonstrou no período de nossa colonização foi catalisada com maestria por nossos atuais governantes nos últimos 50 anos e tem provocado, progressivamente, uma intensa vontade em penalizar toda a atividade empresarial produtiva, seja ela da iniciativa primária, assim como nas atividades de distribuição das mercadorias e serviços.  Não se distingue o pequeno ou o grande empresário, temos que nos sujeitar aos abusos de nossos representantes políticos, em nome da necessidade cada vez maior da satisfação das exigências da sociedade.

Na atualidade, qualquer produto produzido recebe uma carga tributária média de 37%, pagos na ponta do balcão pelo consumidor (... por nós mesmos!), o que significa que, se voltássemos ao tempo do Brasil Colonial, teríamos uma sobra de mais ou menos 20% de nossos rendimentos, ou seja, poderíamos gastar ou poupar, no mínimo, 20% daquilo que recebemos, incluindo, inclusive, um custo menor em nossa cesta básica, com arroz, feijão, farinhas, medicamentos, saúde, etc. etc. etc.

Seria muito interessante se nossos antepassados voltassem aos dias atuais e pudéssemos avaliar quais seriam suas atitudes ou reações. Qual seria o julgamento de nossas condições econômicas.  Será que teriam coragem de reagir e tomar as mesmas medidas do passado.

Reuniriam-se nos porões das mansões para discutir os levantes ou ficariam como nós, inertes, deixando o mundo passar.

Como conta a história, mais uma vez quem produz, quem coloca seu capital em risco, quem luta para colocar sua comunidade em crescimento é quem irá pagar a pesada conta do custo Brasil.

Ainda temos políticos insistindo na volta vergonhosa da tal CPMF, tentando discursar que só rico será penalizado com esse tributo, julgando que pobre não tem conta em Banco, nem poupança.  É bom lembrar para essas pessoas que quase a totalidade dos salários (até por questão de segurança) são creditados em conta bancária.  Coitado do povo.

Voltem inconfidentes! Volte Tiradentes!  Vamos perdoar os portugueses e seus quintos, por que aqui a coisa ta muito preta...